19 outubro 2010

Turvo


(Foto: Mateus Lima)


O pobre vê o mundo nublado.
E por isso chora, mas permanece vivo.
Se o visse nítido,
talvez sorrisse, mas logo deixaria de viver.

O pobre vê o mundo vago.
E por isso lágrima, mas permanece homem.
Se o visse certo,
talvez pensasse, mas logo deixaria de sentir.

O pobre vê o mundo pardo.
E por isso clama, mas permanece em pé.
Se o(u)visse lindo,
talvez dançasse, mas logo deixaria de escutar.

O pobre vê o mundo vivo.
E por isso luta e permanece sólido.
Se o visse morto,
talvez caísse, mas logo deixaria de sonhar.



(Gustavo Siqueira e Mateus Lima - out/2010)
* esse poema também está em www.meumosaico.wordpress.com
.

9 comentários:

  1. eeeeeeeeeu amo meus foninhos artistas! vcs bombam... :D

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  2. Que lindo, Ma!!
    É muita sensibilidade junta... Adorei! :D
    Parabéns pra você e seu amigo!

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  3. Nossa, Mateus.
    Muito lindo esse poema, demais mesmo.
    Parabéns viu...

    Quero escrever coisas assim quando crescer...

    Beijos,
    Naty

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  4. Meu caro pirata Mateus,

    Saiba que foi muito gratificante realizar essa parceria com você! Espero que muitos outros frutos sejam colhidos nesse vasto campo da irmandade!

    Abraços!!!!

    Gustavo

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  5. Um ponto de vista é a vista de um ponto. E quantos pontos não existem entre todos nós pra que façamos dançar,ouvir,calar,falar,ver, estar, ser....?? e infinitamente por aí vai.O mundo é uma questão de ponto de vista.O outro ser semelhante a nós e faz parte de um mundo em que também se vive. Turvamente a gente vai vendo pra poder viver entre os pontos. Acho que vocês foram muito felizes nessa parceira.
    beijo!

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  6. Tomei vergonha na cara e li!
    :]
    Aí, me deu mais saudade ainda desses dois que amo tanto!
    Ah... a flor de liz também tomou vergonha na cara e andou maquinando coisas novas...
    Beijo!

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  7. Bela parceria !
    E que saiam mais pérolas como essa!

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